O trem já vai partir. Não consigo te pedir que vás.
Passei os últimos dias dizendo a todos o quanto tu fosses difícil. Dor, saudade, lágrimas, cinza, medo. Vontade de te ver de longe, nas lembranças do passado.
Mas eu estava sendo injusta.
Hoje me dei conta do equívoco, e em tempo peço desculpas. Minha filha teve saúde e descobriu o mundo das letras. Eu tive bastante trabalho, ganhei novos amigos e revi alguns velhos conceitos.
Tua metade guarda meus últimos momentos com meu pai.
Sendo assim, tu és o meu tesouro mais valioso de memória afetiva. Na outra metade a sensação de perda me ensinou muitas coisas.
Compreendi que na dor o tempo é um aliado. Um ombro amigo é um bálsamo. E as lágrimas limpam angústias e medos. Lubrificam a alma.
Aprendi que para um inverno implacável, o melhor lugar é um colo de mãe. Na vida à dois o melhor caminho é sempre a verdade. E a melhor escolha é sempre a que te fizer sorrir
Entendi que perdoar é difícil. Que mesmo querendo fazer, é preciso ter força. É necessário abri mão um pouco de nós mesmos.
Por isso meu querido 2011, acabei me apegando a ti. A esse mundo de lições que me ensinasses, mesmo sem eu saber que estava aprendendo.
Obrigado pelas dores, saudades e verdades.
Nessa nossa despedida singela, quero acima de tudo te dizer o quanto valeu a pena. Não sou mais a mesma pessoa que brindou o reveilon passado. Tenho certeza.
A vida mudou. Eu mudei.
Antes de nosso abraço final, quero te fazer um pedido:
- Que teu amigo 2012 nos traga mais chegadas do que partidas.
Obrigado, e siga em paz!