As palavras são parte da minha alma. Compõem o meu ser. Estruturam cada centímetros do corpo. Oxigenam as minhas células.
As que digo, reafirmam o meu amor. Exalam as dores. Reconfiguram minha insensatez.
As que escrevo, dividem minhas angústias. Autenticam meus sonhos. Sinalizam a estrada.
As que leio, me levam a outros mundos. Traduzem indecifráveis certezas. Avançam sobre um território desconhecido. São meu GPS.
Ler é sempre um mergulho. A mesma sensação que a imersão na água me causa. Paz e leveza atemporal!
Escrever é a viagem. Desbravo comigo os caminhos desconhecidos. Revisito a memória. Reviro minhas saudades. E me acho!
Nesse ano que fecha as portas escrevi bem menos do que gostaria.
As palavras surgiram de outra forma.
O trabalho consumiu o tempo para as divagações. Os livros, a editora, as assessoria. Frutos profissionais foram mais que positivos.
Mas as minhas palavras ficaram em suspenso. Faltou a fatia da melancia gelada.
Deixei o cotidiano avançar sobre meu passeio interno. Senti falta de conversar comigo. De estar mais nesse pedaço virtual tão descortinado e ao mesmo tempo pessoal.
Por isso eu quero que em 2014 uma chuva de palavras inunde o cotidiano.
Que a alma transborde de
pensamentos, dizeres, falta de nexo, descobertas, confissões, desejos e o que
mais a junção de letras permitir expressar.
Em todos os tempos verbais, que venham as palavras do novo ano. E que não fique para amanhã, o que deve ser escrito hoje.
O que deve ser dito, que seja dito.
Feliz 2014 e suas
palavras!