quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Melhor que o Jabuti


Foto: Nauro Júnior - Teatro Guarany

Dependendo do ponto de vista a inveja pode ser uma dádiva. Cheguei a essa conclusão depois de ler o blog da Martha Medeiros ontem.

Ela acabou de lançar sua mais recente obra, o livro “Fora de Mim”, que por sinal estou louca para ler. Adoro seus textos desde os tempos do “Strip-Tease”, em 1985.

Ela foi minha confidente da adolescência até agora, quando pisei nas quatro décadas. Aquele tipo de texto em que a gente se identifica. Parece estar sendo ouvida, compreendida, acolhida.

Naquele tempo eu nem sonhava em ser jornalista. Dividia minha rotina entre as cadeiras de Educação Física e muitas descobertas. Voava as minhas tranças a bordo de uma bicicleta, pelas ruas de paralelepípedo de Satolep.

A vida era uma mistura de sanduíche natural, lágrimas, festas, e muitos sonhos. Típico de uma escorpiana passional, em pleno desvendar de cortinas.

Desde então a Martha Medeiros é minha amiga-telepática. Com ela debati as primeiras decepções amorosas, passando por primordiais dicas literárias até chegarmos hoje nas aflições da maternidade.

Sintonizamos sempre. Na verdade eu liguei meu rádio no dial dela, e fique feliz em acompanhar o seu crescimento profissional.

Antes era uma escritora daqui. Hoje ultrapassou as fronteiras dos pampas.

E como tudo que é nosso, muitas vezes só percebemos isso quando esse território universal já ganhou novos patamares. E foi o que me aconteceu quando li ontem a coluna que o Toni Bellotto escreveu sobre ela: Quem tem medo de Martha Medeiros?

A crônica está bárbara, ao seu melhor sabor titânico. Ele fala da inveja que sentiu ao chegar na sessão de autógrafos da nossa gaúcha, em uma livraria do RJ. A “bicha”, como dizemos por aqui, invadia as calçadas. A fila era monumental, contou.

A história termina quando, quase cinco horas depois, ele e a esposa conseguem finalmente chegar à nossa diva literária.

Quando terminei de ler fiquei saboreando por alguns minutos aquele momento. Imaginando a cena e viajando. Cheguei à conclusão de que a inveja boa é uma delícia. Ainda mais se vinda do Toni Bellotto.

Então hoje tomei uma decisão.

Quando lançar o meu primeiro livro, o Toni e a Martha vão estar no topo da minha lista de convidados. E já aviso à dupla: podem trazer o mate porque a fila vai ser longa. Esse gostinho é mais ou menos como ganhar o Prêmio Jabuti.

Espero vocês um dia. Em breve!

4 comentários:

Néia disse...

Sou escorpiana e já andei muito de bicibleta, mas nunca fui chegada a sanduíche natureba...Adorei o texto! Quando eu crescer quero escrever assim, ser sensível assim, ter uma filha linda assim! O namorado fotógrafo e talentoso eu já tenho. Falta bem pouco! Beijo

kiki disse...

Se depender de talento a tua fila vai chegar até Jaguarão e vou ser a primeira da fila o Toni Beloto e a Martha Medeiros vão ter que esperar hehe.
Bjs tua fã número 1.

kika disse...

Gabi, também tinha lido a crônica dela e fiquei pensando o que sente alguém que tem um ídolo como fã, que sentimento inusitado, que loucura chegar lá! Espero que teu livro não demore muito, já tô louca pra comprar e sair espalhando que conheço a autora, posso até dizer que sou amiga dela, acho que sim, né? Um bjo,kika

Anônimo disse...

Amiga, vou esperar pelo livro. Já tens uma fã aqui :)
E inveja boa é o que eu sinto da família que tu construiu. Pode?
mil bjos cheios de saudade
ps: a Martha tbm sempre combina com essa escorpiana daqui!