sábado, 28 de agosto de 2010

Meio século

Este post é dedicado à amiga Dalcira Oliveira que completa 50 anos de vida e a quem prometi que escreveria uma crônica. Desde sábado passado estou doente, de cama, sem minhas totais condições físicas. Com isso a cabeça da gente também fica um pouco na lenta, mas de qualquer forma...promessa é dívida, e cá estou eu cumprindo com muito carinho a minha!

Parabéns Dal!


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De todas as definições sobre a sensação de abraçar os 50 anos, a que mais me agrada é a descrita por Isabel Allende, no primeiro parágrafo do seu livro “Afrodite”.

Os cinqüenta anos são como a última hora da tarde, quando o sol o sol já se pôs e tendemos naturalmente à reflexão. No meu caso, porém, o crepúsculo induz a pecar e, talvez por isso, no meu cinqüentenário reflito sobre minha relação com a comida e o erotismo, as fraquezas da carne que mais tentam, embora, hélas, não tenham sido as que mais pratiquei...

Aos 50 anos podemos dizer que já temos uma boa história para contar. A data é o verdadeiro marco na vida. É o tempo da colheita. Hora de sentar a poeira e ouvir o manso canto das lembranças. Olhar para trás com carinho. Buscar no passado enevoado, marcas daqueles sonhos que plantamos ainda na infância. E aí, valeu a pena?

É tempo de reflexão. De observar em que parte de nós estão as marcas da nossa essência. Sem dramas ou mágoas, com o único objetivo de nos enxergarmos por inteiro.

Em cada idade um sentimento é marca pulsante das nossas emoções. Aos 20 a liberdade é tudo que buscamos. Mesmo sem saber o que faremos com ela, nos atiramos a uma procura insana por tudo que nos dê asas e nos mostre e sua imensidão. Aos 30 já temos a cara de quem compreendeu que a autonomia é o que realmente interessa. Já temos um caminho percorrido e sentimos que essa talvez seja a idade de brilhar. Os 40 anos assustam, mais por mito do que qualquer outra coisa. Mesmo que com certo pudor, encaramos a idade como um desafio.

E os 50?

Bueno, é a hora de lavar a alma. Fazer uma aventura na selva, pintar o cabelo de azul, escrever um livro, plantar uma árvore, sei lá. O que importa é fazer, demarcar, sublinhar. Não é todo dia que temos cinco décadas de vida em uma só data.

Independente da forma de comemoração, o que importa é que nossos olhos estejam voltados lá para dentro. E que o que a gente enxergue seja algo que nos orgulhe, nos encha de ânimo e energia para seguir a escalada. O melhor de chegarmos a idades simbólicas é termos a certeza de que estamos fazendo a coisa certa. De que cada dia dessa vida fantástica, foi saboreado como o silencioso por do sol descrito por Isabel Allende. De que cada dia da nossa vida é tão valioso, que podemos fazer dele o que quisermos. Mas não amanhã, hoje.

A vida é urgente, é nossa e tem que ser celebrada. Tão simples e tão complexo!

3 comentários:

Tania Marisa disse...

Gabi sou a Tania Marisa, mãe da Paula Blaas.Ela m enviou o link do teu blog.Adorei varios, mas só então me dei conta que sou amiga(se permites?)de uma mulher que conhece muito bem a história da nossa Pelotas.Trabalho na minha turma de 3ª série o projeto Pelotas, nossa cidade, nossa história!Acredito q todos somos essenciais mas hoje to com um sentimento gostoso com minha descoberta.. gostaria de conversar contigo mais sobre nossa cidade, ter uma visão de alguem que conhece tão bem um espaço importante como as Charqueadas.Bjos Tania Blaas

Anônimo disse...

Parabéns Dal!!!!! Como disse no email, um bem bonito e gostoso hahahhaha

E Gabyyyy, parabéns pelas belas palavras, como sempre!
Apresentei o blog pra mamãe, tu vistes? Mais uma fã!

bjos, Paulinha.

Simone Bello disse...

Gabi,de vez em quando passo por aqui,e leio tuas coisas,gostei muito desse post pois esse ano em Novembro tbém chego aos cinquenta,e estou planejando uma comemoração bem especial....e detalhe eu e meu marido nascemos no mesmo dia/mês/ano.Podes imaginar o siginificado.Também adoro a Isabel e tenho esse livro.Obrigada pelas palavras,calaram na minha alma.
Beijos