quarta-feira, 21 de julho de 2010

Razão e sensibilidade

Não li o livro Sense and Sensibility, só assisti ao filme há alguns anos. Mas a história da familia Dashwood, baseada nas emoções das suas mulheres, tem me rondado ultimamente. Ando numa fase de dúvidas, angústias e lágrimas. Não me pergunte o porquê, já que os 40 já chegaram, a menopausa está longe e o casamento vai bem.

Para se ter uma ideia, na segunda-feira a noite assisti a um filme super legal, que contava a história real de um cachorro akita e a lealdade pelo seu dono. Depois da morte inesperada do homem, o cachorro permanece na estação de trem, aguardando a sua volta, por dez anos. Até que morre de velho. O filme era lindo, e quando acabou e eu não conseguia para de chorar. Era uma coisa impressionante. O fiasco foi tão grande, que lá pelas tantas surge a Sofia do quarto, com um desenho em punho, e diz:

- Tem alguém chorando aqui?!!

E das mãozinhas escondidas nas costas surge um rico desenho feito por ela, como consolo para uma mamãe descontrolada, que soluçava em frente à lareira. Imaginem a cena. A filha consolando a mãe, sem entender nada. Ou talvez entendendo tudo.

Depois de lavar a alma comecei uma longa conversa com o Nauro. Sobre a vida, sonhos, desejos, e principalmente a relação entre razão e sensibilidade. Sempre tive essa tal da sensibilidade super aguçada. Mas com o passar dos anos, percebi que dependendo do vento, isso pode ser bom ou ruim.

Essa parte do meu ser que me faz ver as coisas com mais encanto, cor, romantismo, também me abre feridas. Acontece que coisas que não tem nada a ver com a minha vida, me afetam. Sofro por antecipação e até por aproximação. Se abro a página inicial do meu computador e salta uma tragédia familiar, já me dá aquela sensação estranha. Ontem por exemplo passei o dia pensando na Cissa Guimarães. Ela, assim como centenas de milhares de mães no mundo, ficou órfão repentinamente. Acontece a toda hora, eu sei. Mas nada disso impediu que eu ficasse a tarde toda com uma sensação de tristeza alheia.

Estranho isso, eu sei. Melhor se fosse a tal da vergonha alheia. Mas a coisa anda assim nestes dias cinzas de inverno. Nostalgia na veia. Pensamentos vagando meio sem razão, mas permeados de uma tal de sensibilidade.

Espero ter assuntos melhores em breve. Enquanto isso, aguardo ansiosamente por um dia de sol.
Já é um bom começo...

Um comentário:

Marcia disse...

Eu sou assim,e nem me atrevo a te dar conselhos por que daria a mim mesma ,mas estava assim a duas semanas...e precisei de um tratamento intensivo para ver a beleza da vida sem sofrer...terapia com psicanalista,acupuntura para reavivar as energias,e passes em um centro espírita...porque falando sério,a vida é muiiito linda e precisamos enxergar esta beleza com olhos encantados,e não por um ângulo de despedida em tudo...
Se eu falei bobagem deleta ok?