Desde que a Sofia nasceu confesso que não me dediquei mais aos cuidados femininos. Na verdade já sei que sou um pouco diferente do padrão da maioria das mulheres. Meu estilo é alternativo, tenho horror à maquiagem e não uso salto alto. Na verdade não sei caminhar com nada além dos meus longos centímetros de altura. Se já sou levemente desengonçada, de salto então, pareço um boneco de Olinda!
No quesito exercícios físicos, a coisa vai pelo mesmo caminho. Tenho horror a academia. Odeio aquele “um-doi-um-dois”, ainda mais para depois ficar toda suada em função de meia dúzia de calorias. Socorro!!! O custo não vale o benefício!
No ano passado, descobri o tal do Pilates e me apaixonei. Além da aula ser todinha pra mim, todos os movimentos são leves, lentos e de alongamento. Uma verdadeira terapia corporal. Comecei com toda força durante o verão, até que começaram as aulas da Sofia e o vai-vém de horários não fechou mais com meu tempo. Minha coluna continua cheia de dores, e voltei a ficar ancorada nessa cadeira, o dia todo em frente ao computador, como uma verdadeira samambaia.
Dentro desse kit, a parte dedicada aos cabelos foi a que mais sofreu nos últimos anos. Quando eu era adolescente, fazia mil experiências químicas com camomila, leite e água oxigenada e conseguia um resultado maravilhoso. Minha mãe ficava apavorada, mas sempre dava certo. As mechas ficavam super naturais, como se eu acabasse de voltar de um mês na Praia da Ferrugem. Mas a verdade é que minha veia alquimista é criativa demais para linha capilar e com o passar dos anos tive algumas surpresas nada agradáveis.
Depois que a Sofia nasceu o tempo para criar fórmulas também diminuiu, e por isso estive com a cabeça que nem um capincho nos quatro últimos anos. A correria do cotidiano fez com que eu deixasse mais ainda de lado a dedicação ao ritual feminino. Isso me incomodava muito, mas eu ia levando e levando.
Até que há algumas semanas atrás resolvi dar um jeito na vida. Marquei hora no cabeleireiro e fiz as tais luzes, como manda o figurino. Quando a mulher secou o cabelo e me olhei no espelho, me deu vontade de chorar.
Há quanto tempo eu não enxergava aquela pessoa no espelho? Uma coisa tão simples, tão rápida, e que elevou a minha auto-estima feminina aos ares. Parecia que eu tinha voltado aos 25 anos. Continuo vestindo minhas calças de bolsos grandes, meu tênis all star, com minha bolsa atravessada. Coloco creme diurno mas o resto fica mofando na prateleira. A maquiagem só se for para brincar com a Sofia. Mas a verdade é que com essa pequena mudança consigo olhar essa mulher de 41 anos com mais brilho todas as manhãs.
Vou continuar sem freqüentar academia e possivelmente o salto alto fique para próxima encarnação. Mas essa ligação entre quem eu era e quem eu sou, vai continuar sendo prioridade. Prometo que as luzes internas vão continuar acesas para iluminar o meu cotidiano. Sempre!
Um comentário:
Isso é o mais importante, deixar a luz interna refletir. mas claro que é gostoso olhar no espelho e ver que ficou bacana. Quanto as aulas de pilates também gosto muito e acho que voc~e deveria insistir, driblar o tempo e arranjar um espacinho prá isso. Faz bem ao corpo e a mente. Principalmente prá quem fica nessa postura muito tempo sentada. sorte com suas luzes e continue brilhando. bjus
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