sábado, 12 de junho de 2010

O encanto das flores



Em vez de cavalo, ele chegou no banco traseiro de uma caminhonete branca, marcada pela lama da estrada. Vinha sentado na cadeirinha, com o cinto de segurança, como manda a lei. Na mão, empunhava um delicado buquê de astromélias rosadas, amarradas com cordão de ráfia.

Essa cena descreve a chegada do Pedro em nossa casa, para uma tão aguardada visita, na tarde desse sábado. Com os olhinhos brilhantes pela chegada do amigo, a Sofia corou ao ver as flores, e perguntou:

- Mas são pra mim?

Foi o primeiro buquê de flores que nossa mimosa ganhou, e por mais que passem os anos, jamais essa cena tão pura se apagará de nossa retina. A Lorena, mãe do príncipe, brincou:

- E hoje ainda é Dia dos Namorados!!!

Depois do abraço de boas-vindas, a Sofia enxergou o cartão, que tinha a letrinha do remetente escrita com o encanto das primeiros traços do alfabeto: P-E-D-R-O.

Assim como a primeira vez que ela foi para casa do "colega meu", mais uma vez a ansiedade maior era minha (vide post “Um colega meu”, de abril). Ela queria muito que algum coleguinha da sala conhecesse a casa dela, e depois de três meses do começo das aulas, já estava mais do que na hora.

Nossa primeira vez como anfitriões foi aguardada com expectativa . Comprei a torta de morango preferida do nosso convidado e fizemos uma faxina na casinha de bonecas da Sofia.

Os dois não precisaram muito pra se divertir. Na mesma hora começaram a jogar taco, depois subiram na casinha para fazer comidinhas, desceram no escorregador, brincaram de estradas de areia, até que sugeri um pic-nic na lareira, já que o vento começava a esfriar nosso final de tarde.

Montamos uma barraca na sala e coloquei a toalha xadrez com a cesta de guloseimas na frente. Eles desenharam, brincaram de massinha de modelar e comeram pipoca. A tarde voou e curtimos momentos deliciosos juntos.

Já era hora do príncipe deixar o castelo, quando o Nauro chegou, empunhando um ramo de lírios brancos. Eu sorri e quase perguntei a mesma coisa que a Sofia:

- Mas é pra mim?

Não sei se era o calor da lareira, mas senti esquentar minhas bochechas. Com esse gesto carinhoso encerramos nossa tarde de sábado. E depois de comer duas fatias da torta de morango com chocolate, nosso convidado Pedro foi para casa, de mãos dadas com sua mãe.

Depois desse dia tão especial, cá estou eu, declarando com todo meu coração, a certeza de que independente da idade ou do momento, as flores sempre tocam o coração. A força das flores transcende as gerações e sempre encanta as mulheres.

Seja aos quatro, ou aos quarenta anos, pode acreditar!
P.S.: Em tempo: um verdadeiro gentlleman, não tem idade!

3 comentários:

lugastal disse...

adorei! pois o dia do amor aqui em casa foi comemorado com um churrasco e lareira, com pai, mãe e toda turma! só o namorado faltou, está bem longe essa semana!

claudia silveira disse...

Pedro deixou a mulherada morrendo de inveja...esse guri está aprendendo bem! Vi as fotos do rostinho da Sofia feliz com as bochechas rosadas! Que essa amizade tenha uma infância linda cheia de recordações e bons momentos como esse. Invistam que esses dois vão longe....

Marcia disse...

que coisa mais amada!!!