terça-feira, 1 de junho de 2010

Silêncio e água

Hoje eu tinha um compromisso no final da tarde, então pedi para mãe buscar a Sofia no colégio. Acabei me liberando mais cedo, e quando cheguei na porta da casa dela, o alarme estava ligado. Estacionei o carro e fiquei aguardando eles chegarem para abrir o portão.

Nos minutos finais do dia dessa terça-feira, me deparei com o silêncio.

Pensei até em ligar o Cd do carro, mas aquela sensação estava tão boa que decidi apreciar a ausência de ruídos.

Comecei a pensar, e pensar em silêncio é primoroso.

A vida dos tempos modernos é repleta de sons. E mesmo que eu trabalhe em um ambiente calmo, a quantidade de mails que invade minha caixa cotidianamente, é uma espécie de barulho. Quando não é isso, o celular irrompe com alguma coisa para agendar, marcar, lembrar, falar.

Como trabalho em casa, a ligação escritório família é quase siamesa. E em uma casa onde as pessoas que a habitam gostam de falar, desde o primeiro raio de sol ao nascer d lua os verbos são conjugados incessantementes. Meu marido é conhecido por falar pelos cotovelos, e como a genética não falha, a Sofia saiu com essa característica do pai bem apurada. Para se ter uma idéia, o primo Pedro a chama de “máquina de falar”. Como se não bastasse, minha mãezinha querida gosta de um bom papo, e não é de hoje.

Então, com esse histórico genealógico e com a tecnologia que impera no século XXI, aquele momento de silêncio, em plena rua de chão do bairro Areal, soou como um presente. Mesmo com certo receio de ser assaltada, pensei em me deleitar antes do “mãos ao alto”.

E assim foram vinte minutos, onde a paz daquele silêncio me inspirou a escrever novamente no blog.

E foi ali, naquele instante só meu, que descobri porque gosto de água. Desde criança sou fã desse tal líquido inodoro, que é minha preferência para acompanhar qualquer refeição.

A água dá uma sensação de refrescância. É como tocar sem deixar impressões digitais. Descobri naqueles breves minutos, o poder do silêncio. É tão simples como um gole de água, e refresca a alma.

Acho que vou me dar esse luxo mais seguido. Um brinde a essa descoberta!

(*Com água é claro!)

2 comentários:

regina disse...

Incrível, duas coisas super importantes, e só percebemos quando a sede aperta e o estresse chega. É muito bom parar um pouco e perceber que o silêncio revigora. A água acalma, limpa e renova. Então comemore, podemos desfrutar de tudo isso. beijos!

Marcia disse...

Eu sou enlouquecida por silencio,mas está cada dia mais raro...aqui onde eu moro os cachorros são os vilões do bairro!e seus donos não percebem é incrível...