segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A vida aos 40...

Quando completei 30 anos escrevi uma crônica falando sobre aquela idade, tão mágica. Ao mesmo tempo em que temia chegar às três décadas, tinha um certo fascínio por aquele número que nos abria as portas para vários mundos. O tempo continua me ensinando. Hoje, depois de completar 40, resolvi pensar melhor sobre aquela crônica de anos atrás e escrever sobre essa tão esperada esquina da vida!



A vida aos 40...

Acho que se Balzac vivesse nos dias de hoje, certamente iria transferir sua versão ideal de mulher para as quarentonas. Se aos vinte anos não sabíamos nada da vida e nos achávamos um misto de mulher-maravilha e Joana D´arc, aos trinta pensamos que sabemos tudo, e almejamos no mínimo alcançar o topo do Aconcaguá. Mera ilusão!

A vida aos trinta é como olharmos um raio-X. Nossa tolerância diminui e só queremos reciclar o que não nos satisfaz. É a hora da virada, de trocar seis por duas dúzias, e querer mais, muito mais da vida. Na verdade, aos trinta nos deparamos com um grande e enorme espelho. Ai resolvemos mudar! Renovamos, melhoramos, trocamos o corte de cabelo, o perfume e às vezes até o marido. Olhamos para trás e pensamos em tudo e todos. Choramos, nos despedaçamos e por fim, chegamos à conclusão de que ainda é muito cedo.

Começamos então a preparação para o verdadeiro ápice da vida. Reconstruímos nossos desejos. Reavaliamos nossos sonhos e revitalizamos nossa vontade de alcançá-los, com métodos práticos e viáveis. Enquanto isso uma briga diária com aquela parte do corpo que acusa. Que nos aponta. Que nos impede de colocar as blusinhas de mil anos atrás. Nossa barriguinha jamais será a mesma. As famosas “bordas de catupiry” chegaram para ficar e não tem “choquinho” ou drenagem linfática que resolva. É fato, e daí?!

Ao mesmo tempo o rosto transparece aquele ar de mulher. Um misto de suavidade e astúcia. Começa também uma intensiva de cremes noturnos, sempre com a ilusão de que as marcas do tempo vão ser “atenuadas”. Na maioria das vezes o ritual dura uma semana e os cremes mofam na prateleira do banheiro. Mas tudo bem, mesmo assim o placar é largamente favorável e temos como vantagem o gosto apurado por um programinha mais cult. Seja um DVD caseiro ou uma aventura em Três Coroas. Nosso espírito continua aventureiro e agora temos a vantagem de ter como bancá-lo.

Finalmente a data se aproxima e nossa vontade é de fazer um festão para esperar o mito. O implacável e tão esperado aniversário de 40 anos é como um marco na vida de uma mulher do século XXI. Temos experiência e autonomia suficientes para transformar nossos sonhos em realidade. Temos sensibilidade para entender o valor de nossos pais e paciência para compreender a intolerância de nossos filhos. Temos um parceiro escolhido a dedo para saborear nossas conquistas e dividir a melhor fatia do bolo. Ou, a autonomia para não querer esse parceiro.

Então é isso, chegamos finalmente ao topo do Aconcágua! Agora temos condições de ver a amplitude do caminho percorrido. Olhamos para trás com satisfação e para frente com tranqüilidade. Sabemos o quanto é importante celebrar cada momento da vida. Chegou a hora da festa e a melhor coisa a fazer é pegar aquela taça linda de cristal, tirar o sapatos e saborear cada bolhinha de champanhe, ouvindo uma música suave e olhando para o céu estrelado de primavera. Enfim, aaborear a vida!

(Nada disso sem antes tomar o velho e bom Engov, porque a ressaca é coisa para quem ainda não sabe as “manhas” da vida!)

3 comentários:

A Familia Aumentou disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A Familia Aumentou disse...

mto bom!
não adianta.. nós mulheres sempre achamos que a cada aniversário "redondo" (terminado em zero), nossa maturidade duplica e aquele momento de reflexão aflora... passei por isso a pouco, ou será que as mulheres ficam reflexivas por todas as datas? aniversário, natal, ano novo... acho que nos temos um dom de avaliar, observar e recomeçar... parabens pelo niver!
beijocas da familia que aumentou!:)

ps: nossos posts estão com partes parecidas.. e o pior q escrevi o meu ontem hehehe!

Denise Crispim disse...

Ah, Gabi, eu sinto tudo isso aos 30... Acho que depende mais do que a gente vive do que da idade em si.
Pensa, tanta mulher fútil aos 40, 50...
E gente com tanto pique aos 60, vontade de começar de novo, fazer tudo diferente.
To amando o blog!
Beijinhos